A Força da Representatividade
Assim como acontece com outras deficiências, as Pessoas com Deficiência Auditiva (PcDA) ainda são pouco retratadas no cinema e em séries de tv, mas aos poucos vemos algumas produções que abordam o tema de forma respeitosa e inteligente, não esquecendo de entreter sem serem muito didáticas.
Vale lembrar que 5% da população brasileira é formada por PcDA.
Foi com Um Lugar Silencioso (2018) que vi pela primeira vez um filme com uma das personagens principais se comunicando através da linguagem de sinais e “obrigando” os outros personagens a também se comunicarem dessa forma. O sucesso do filme foi tão grande que acabou gerando uma sequência igualmente bem sucedida, que continuou a destacar o protagonismo da atriz Millicent Simmonds. Hoje, além de atuar, ela luta pelos direitos e pela visibilidade e representatividade das PcDA.
Além de Um Lugar Silencioso, nos últimos anos outras obras somaram nessa discussão mais do que necessária:
Sinopse: Primeira série brasileira em português e língua brasileira de sinais (libras), trata de histórias de pessoas surdas que vivem em Florianópolis e precisam lidar com relacionamentos amorosos, familiares e com o mercado de trabalho.
Sinopse: Conta a história de uma família com deficiência auditiva que comanda um negócio de pesca em Gloucester, nos Estados Unidos. Ruby (Emilia Jones), a única pessoa da família que escuta, ajuda os pais e o irmão surdo com as atividades do dia-a-dia. Mas por conta disso, ela é vista como alguém estranha em sua escola, isso até ela se juntar ao coral, onde acaba se envolvendo romanticamente com um de seus colegas e começa a fazer amizades. Com o tempo, ela percebe que tem uma grande paixão por cantar e seu professor a encoraja a tentar entrar em uma escola de música, já que sua voz é linda. Enquanto isso, sua família luta para pagar as contas com o negócio de pesca, pois novas taxas e sanções são impostas pelo conselho local. A jovem, então, treina para ser aceita na faculdade de Berklee, onde poderá seguir com o canto, mas ela precisa decidir entre continuar ajudando sua família ou ir atrás de seus sonhos.
Sinopse: Ao atender um telefonema, o garoto Ben (Oakes Fegley) é atingido pelo reflexo de um raio, que caiu bem em sua casa. Esta situação faz com que seja levado a um hospital em Nova York, onde descobre que não consegue mais ouvir um som sequer. Em 1927, a jovem surda Rose (Millicent Simonds) foge de sua casa em Nova York para encontrar sua mãe, a consagrada atriz Lillian Mayhew (Julianne Moore). A vida destes dois garotos que não conseguem mais ouvir está interligada a partir de um livro de curiosidades, que os leva ao Museu de História Natural.
Sinopse: Um jovem baterista teme por seu futuro quando percebe que está gradualmente ficando surdo. Duas paixões estão em jogo: a música e sua namorada, que é integrante da mesma banda de heavy metal que o rapaz. Essa mudança drástica acarreta em muita tensão e angústia na vida do baterista, atormentado lentamente pelo silêncio.
COLÍRIO
Cartazes continuam sendo uma peça essencial dentro das campanhas de divulgação dos filmes, tornando- se praticamente o primeiro contato que o público tem com os mesmos, muitas vezes meses antes do lançamento comercial.
Separamos aqui alguns dos nossos cartazes favoritos de filmes lançados no ano passado:
INDICAÇÃO DA SEMANA // LIVRO DIGITAL
Existe um enorme desconhecimento e uma desinformação generalizada quando o assunto é a mulher no cinema.
Isso é triste e empobrece o nosso repertório. Limita nosso campo de visão das coisas. Nossa relação com o cinema fica pela metade.
Ao contrário do que muita gente pensa, as mulheres sempre estiveram presentes no cinema e ajudaram a desenvolver a linguagem dessa arte.
“135 Filmes de Diretoras Negras“, guia feito pelo Clube das Diretoras, é fruto de uma pesquisa realizada para facilitar o seu acesso a nomes, obras e histórias que vão enriquecer seu repertório e expandir sua visão de cinema (e de mundo também).
Para conseguir seu guia por um preço simbólico, clique aqui
O que você vai encontrar no Guia:
> Breve contexto do negro no cinema brasileiro
> A importância da pesquisa e preservação
> Pioneiras de A a Z, de 1922 a 2021
> Filmes (ficção e documentário), séries e webséries
> Indicação de leituras e vídeos
> Todo dia é dia bom para descobrir, admirar e enaltecer o trabalho dessas cineastas.
Para conhecer um pouco mais do incrível trabalho da Joyce Pais à frente do Clube das Diretoras, acesse http://clubedasdiretoras.com.br/
FIQUE DE OLHO // O PODEROSO CHEFÃO (50 ANOS)
Um dos maiores clássicos do cinema retorna às salas no dia 24 de fevereiro, em comemoração aos 50 anos desde seu lançamento.
O longa será relançado com uma nova remasterização em 4K UHD.
Para quem nunca assistiu a saga da família Corleone, o filme foi inspirado no livro de mesmo nome do escritor Mario Puzo, e tem no elenco Marlon Brando, James Caan, Al Pacino e Diane Keaton.
Assista o trailer desse relançamento mais do que especial.
CINEMA EM CASA // SESSÃO DUPLA
Alguns filmes conversam entre si, seja pela temática, pela forma como abordam determinado assunto, ou até pela presença de um mesmo ator ou atriz em ambos os filmes, e às vezes essa relação é ainda mais direta, como no caso de obras originais e seus remakes.
Aqui na Sessão Dupla vamos sempre indicar dois filmes para você assistir na sequência, com aquela pausa marota para comer algo. Afinal de contas, não são só séries que a gente pode maratonar.
Desejo e Perigo (Ang Lee, 2007) – está disponível na Mubi, Prime Video e Belas Artes à La Carte
A Espiã (Paul Verhoeven, 2006) – está disponível no Looke
FILMES OLHAR
No dia 29 de janeiro é comemorado o “Dia da Visibilidade Trans”. Por conta desta data, este mês ganhou uma cor no calendário das pautas importantes e é conhecido como Janeiro Lilás, mais uma ação em combate à transfobia e em direção à valorização das identidades trans. Em comemoração a essa data especial, a plataforma online www.salamaniva.com promove a “Mostra Corpos Trans em Evidência”, com filmes da Olhar que atravessam a temática trans, exibindo os títulos “Meu Corpo é Político” de Alice Riff, “Maria Luiza” de Marcelo Díaz, “Fabiana” de Brunna Laboissière e “Alice Júnior” de Gil Baroni.
ANTES DE IR EMBORA
Encerramos com as palavras do cineasta, cronista e jornalista Arnaldo Jabor, que morreu na última terça dia 15/02, aos 81 anos. Durante os últimos anos algumas de suas posições políticas foram bastante infelizes, mas buscamos não diminuir a importância de sua obra por conta delas. Eu Sei Que Vou Te Amar é um filme essencial do nosso cinema.
“
Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói?’
”
Boa semana para todes 🙂