Ter muitas opções é sempre bom?
Vocês lembram quando a gente ia na locadora pegar um ou dois filmes para o fim de semana e tinha sempre a pessoa que dava dicas das melhores opções para você levar para casa?
“O novo filme do Schwarzenegger acabou de chegar.”
“Esse filme com a Julia Roberts é ótimo!”
“Você ainda não viu esse aqui? Ganhou vários Oscar!”
Lembro de estar conversando com alguns amigos há uns 15 anos (talvez menos) e afirmando que as videolocadoras sempre iriam existir, que nem todo mundo baixava filmes e que pessoas mais velhas iriam sempre contar com a segurança de ter um lugar com a mídia física logo ali, virando a esquina.
Eu não poderia estar mais enganado. Em pouco mais de uma década, a forma como consumimos e apreciamos filmes e séries mudou drasticamente e até minha mãe me dá dicas do que ver na Netflix.
Mas como isso começou? A ideia inicial era bem diferente do serviço que conhecemos hoje. Consistia no aluguel de filmes pelo correio mediante o pagamento de uma taxa fixa, sem cobrança de multas ou data fixa para entrega. Apesar de considerada inovadora para a época, a empresa inicialmente não decolou.
Foi só em 2005, quando a Netflix saiu do aluguel de DVDs pelo correio e entrou para o streaming digital de filmes e outros conteúdos audiovisuais, que tudo mudou e o resto é história.
O sucesso foi tão grande que vários serviços de streaming pipocaram ao longo dos anos seguintes, criando uma linha de acesso a conteúdos audiovisuais que não acabam mais, mas a pergunta fica: ter muitas opções é sempre bom?
Eu só posso falar por experiência própria, e minha resposta é sim, desde que haja um mínimo de organização para não ficar boiando num mar de conteúdo infinito. O jeito mais fácil de se organizar ainda é a famosa listinha de filmes (ou séries), que antes era feita num bloco de anotações e agora migrou para os apps (Letterboxd, Tv Time, etc) e que sempre ajuda na hora H.
COLÍRIO
Na semana passada, como parte do nosso especial Mês do Cinema Fantástico, fizemos uma lista de 10 filmes que gostamos muito sobre viagem no tempo, e como não poderia deixar de ser, ‘A Pista’ (La Jetée – Chris Marker, 1962) está entre eles.
Composto quase que inteiramente por fotos e narração em off, o curta metragem dá conta de bastante coisa em apenas 30 minutos, entre elas: viagem no tempo, holocausto nuclear, paradoxos temporais, uma homenagem a Alfred Hitchcock e ainda ser um marco dentro da Nouvelle Vague.
Separamos aqui algumas imagens para você viajar no tempo com a gente.
Lançado em 2016 nos Estados Unidos, o livro #VidasNegrasImportam e libertação negra, de Keeanga-Yamahtta Taylor, resgata e discute o movimento #BlackLivesMatter, surgido em 2014 em reação ao assassinato do jovem negro Michael Brown, e também comenta sobre a violência policial, o intenso policiamento das comunidades negras e o encarceramento em massa da população negra, todos pontos também presentes aqui no Brasil, tendo como último e deplorável exemplo a chacina do Jacarezinho.
O livro é um lançamento da Editora Elefante.
Alguns filmes conversam entre si, seja pela temática, pela forma como abordam determinado assunto, ou até pela presença de um mesmo ator ou atriz em ambos os filmes, e às vezes essa relação é ainda mais direta, como no caso de filmes originais e seus remakes.
Aqui na Sessão Dupla vamos sempre indicar dois filmes para você assistir na sequência, com aquela pausa marota para comer algo. Afinal de contas, não são só séries que a gente pode maratonar.
Assista o vídeo “Suspiria: O Mais Belo Pesadelo”, do canal EntrePlanos, para entender um pouco mais sobre a construção desse pesadelo colorido que é o filme original.
E o fantástico trailer da refilmagem de 2018
E não poderíamos deixar de indicar as trilhas-sonoras de ambos os filmes, que são um show a parte:
O Plano Sequência reuniu cartazes do Cinema Nacional para homenagear nossa cultura e ajudar os profissionais do Audiovisual que estão passando por dificuldades na pandemia. Diretores, Produtoras, Artistas Gráficos e distribuidoras se juntaram para dar vida a esse projeto.
Acesse o site e ajude quem precisa dessas histórias para viver!
Jean e Fabiana, um casal de namorados que cursam o último ano do ensino médio em uma pequena cidade e vivem um dilema: sair rumo ao um novo destino ou continuar a história de seus pais. Jean resolve pôr um fim a própria vida e Fabiana desaparece. Dois anos depois, Daniel e Alanis procuram entender o motivo do suicídio de Jean e qual foi o destino de Fabiana. Essa busca se transforma numa chance de reinventarem suas vidas. Direção de Robney Bruno Almeida
Dias Vazios está disponível nas plataformas digitais. Assista!
Encerramos com as palavras de Sofia Coppola, que completou 50 anos no último dia 14:
“Você é considerada superficial e boba se você se interessa por moda, mas acho que é possível ser substancial e ainda assim se interessar por frivolidade.”
Boa semana, bons sonhos e cuidem-se.